SP24hrs

SP24hrs

Share this post

SP24hrs
SP24hrs
SE FOSSE EM SÃO PAULO: AND JUST LIKE THAT - PRIMEIRA TEMPORADA

SE FOSSE EM SÃO PAULO: AND JUST LIKE THAT - PRIMEIRA TEMPORADA

Análise detalhada que imagina cada capítulo da série adaptado ao ritmo e cultura da capital paulista.

Avatar de SP24hrs
SP24hrs
ago 12, 2025
∙ Pago
1

Share this post

SP24hrs
SP24hrs
SE FOSSE EM SÃO PAULO: AND JUST LIKE THAT - PRIMEIRA TEMPORADA
2
Compartilhar

Inspirado na coluna da newsletter Paulistaníssima, fizemos a análise sobre a série ‘And Just Like That’, trazendo os pontos mais interessantes sobre a série anunciada como episódio final nesta próxima quinta-feira (14 de agosto). Uma série que tinha tudo para ser tão boa quanto Sex and the City e tão importante e relevante para outras gerações de mulheres e LGBTs, como eu. A ideia neste texto é trazer uma análise de todas as temporadas, em um episódio por parágrafo, com comentários, acertos e erros, e um contexto de como seria o episódio se acontecesse na cidade de São Paulo.


ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS


foto: craig blankenhorn/hbo

T01E01 – Oi, Sou Eu

A temporada começa muito bem, com um concerto de ópera que prenuncia uma tragédia na vida de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker). O reenquadramento das três amigas — que já foram quatro protagonistas — surge logo na primeira cena, com a menção a Samantha Jones (Kim Cattrall) deslocando o conflito. Ambientada no contexto pós-pandêmico, a série traz novas perspectivas para Carrie, Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) e Charlotte York Goldenblatt (Kristin Davis), abordando temas como ageismo (Miranda e Charlotte), racismo e os complexos de heroínas brancas, além de encarar a falta de diversidade da série anterior (Nya versus o elenco branco). Também expõe como mulheres mais experientes ainda não sabem lidar com questões de gênero (Che e Miranda), assexualidade (Charlotte e Rose/Rock) e sexualidade de outros personagens aos 50 e 60 anos. Aos poucos, surgem sinais do alcoolismo de Miranda. A moda segue como instrumento de cultura e arte, com looks deslumbrantes. Novas personagens, como Lisa Todd Wexley (Nicole Ari Parker) e Nya Wallace (Karen Pittman), se juntam ao elenco. E a cena da morte de John James Preston/Mr. Big (Chris Noth) é construída com precisão e emoção - e boatos dizem que ele morreu por causa das acusações de estupro em 2021.

Se fosse em São Paulo: as personagens já começariam a noite irritadas com as filas intermináveis dos restaurantes dos Jardins, os bares de Pinheiros e os concertos no centro da cidade. Entre uma taça de vinho e uma olhada no celular, Carrie discutiria se vale a pena esperar ou mudar de bairro. Carrie moraria no Jardim Paulistano, Charlotte na Vila Madalena, Miranda na Lapa ou na Barra Funda, e todas teriam uma lista considerável de amigos gays chamando para rodas de samba no Bixiga — sempre com a promessa de que “dessa vez vai ser tranquilo”, que, claro, nunca é. O Mr. Big estaria em casa, no sofá, assistindo o campeonato brasileiro de futebol com a mesma concentração hétero que elas têm pra escolher um sapato. E, como moradoras de São Paulo, Carrie, Charlotte e Miranda saberiam lidar com conflitos do dia a dia de forma intensa, a história terminaria em um barraco ou numa bela ignorada nas redes sociais.


foto: craig blankenhorn/hbo

T01E02 – Vestindo Preto

Um episódio que realmente vale a pena assistir, especialmente pelo modo sensível como retrata as diferentes formas de lidar com o luto, além da trilha sonora impecável, que ajuda a criar a atmosfera certa. O ponto que me incomodou foi a cena com Stanford (Willie Garson) no funeral, em que ele trata mal Gloria (Brenda Vaccaro), a secretária do Big, essa cena e atitude ultrapassam o limite do aceitável reforçando um estereótipo egocêntrico da personagem gay contemporânea, o que achei desnecessário considerando o contexto de luto. Essa cena também ficou marcada por ser uma das últimas do ator, que infelizmente faleceu pouco depois.

Se fosse em São Paulo: imagino que a cremação teria sido discreta, provavelmente no Cemitério da Consolação, sem muita cerimônia ou discursos. Como roteirista, eu eliminaria as cenas de Stanford, mantendo o tom bonito e elegante que permeou o restante do episódio.


foto: craig blankenhorn/hbo

T01E03 – Em Roma...

Charlotte segue sendo Charlotte, fiel a si mesma, super cuidadosa dos outros. Enquanto isso, Carrie enfrenta o testamento do Mr. Big, que desencadeia uma espécie de caça e redenção à ex que vai receber 1 milhão de dólares, acompanhada da culpa que ronda sua traição do passado envolvendo John e sua ex Natasha Naginsky (Bridget Moynahan). Miranda tem uma epifania durante um stand-up repleto de maconheiros e finalmente sai do armário para mudanças sobre sua sexualidade e identidade.

Se fosse em São Paulo: Miranda estaria em um bar queer na Santa Cecília, cercada pelos amigos da Che, fumando e debatendo. Charlotte assistiria compulsivamente aos vídeos da Erika Hilton em casa. Enquanto Carrie encontraria a ex do Big numa cafeteria sofisticada dentro do Shopping Cidade Jardim.


foto: craig blankenhorn/hbo

T01E04 – Eu até tenho amigos...

Seema Patel (Sarita Choudhury) chega chegando na série, ajudando na mudança da Carrie para um novo apartamento. Algumas questões de comunicação entre parceiras e amigas são colocadas, enquanto novas alianças vão se firmando. Choques de realidades raciais acontecem entre Charlotte e Lisa, Chloe (Ali Stroker), produtora do podcast, é a primeira personagem PCD a aparecer na história das franquias Sex And The City e And Just Like That. O podcast da Carrie enfrenta problemas de financiamento. Além disso, uma verdadeira aula de arte moderna negra estadunidense acontece neste episódio, com Charlotte falando sobre a curadoria da LTW.

meu quadro favorito: Gordon Parks - department store - mobile, alabama 1956

Se fosse em São Paulo: Carrie acordaria no Higienópolis. Acho o episódio super redondo. Fiquei imaginando Carrie saindo do Jardim Paulistano e mudando para a Vila Nova Conceição, um belo choque de monstra.


foto: craig blankenhorn/hbo

T01E05 – Tragicamente Moderna

Carrie lida com problemas no quadril, e a cirurgia marca uma mudança estrutural nesse meio de temporada. Charlotte descobre Rock (Alexa Swinton), o novo nome da Rose, durante uma reunião de mães no colégio. A Carrie chapada de anestesia foi um dos pontos altos do episódio, destaque para a beleza do fisioterapeuta de Travis (Ryan Cooper) e o Hot Felas Nick (Thomas Canestraro). Também há uma das cenas mais peculiares da temporada, com Miranda e Che (Sara Ramirez) bêbadas na cozinha da Carrie que mija nas calças.

Se fosse em SP: me identifiquei com as atitudes irresponsáveis da Miranda em relação ao vício, no meu caso, era um combo de bebida e cigarro. Consegui parar de fumar. Provavelmente, ela faria a cirurgia no Albert Einstein, com uma recuperação de três meses que poderia incluir a companhia de um homem gato chamado Travis.

Esta publicação é para assinantes pagos.

Já é um assinante pago? Entrar
© 2025 SP24hrs
Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de coleta
Comece a escreverObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura

Compartilhar